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terça-feira, 24 de abril de 2012

Graforréia Xilarmônica - A retomada de uma estética atual


Enfim, a Graforréia Xilarmônica reencarna sua vocação. Frank Jorge, Marcelo Birck, Carlo Pianta e Alexandre Birck decidiram novamente reunir forças para reativar o repertório e criar novas músicas com a crocância característica da banda. Nada de revival. A ideia é retomar a estética revigorada pelo entusiasmo da reunião.

Se a Inglaterra tem Beatles, nós temos a Graforréia Xilarmônica. Exagero? Claro que sim. Ou melhor, seria se fosse uma comparação. Tanto quanto a erva-mate é verde e uma bicicleta tem duas rodas. Mas porque não? Basta invocar a cumplicidade do público e entrar na brincadeira de encarnar a persona da Beatlemania. Afinal de contas, todos fazem isso de uma maneira ou de outra. Mas só a Graforréia Xilarmônica escancara.

Não é uma volta. É a retomada de uma estética que mais de 20 anos depois do primeiro registro (a demo-tape “Com Amor Muito Carinho”, de 1988) permanece atual. As composições mais antigas são de 86 e tem muita gente frequentando os shows que nasceu depois disso.

Trata-se de uma banda única no cenário nacional, com sua aura cult e um mix de investigação sonora com velharias, estabelecendo um choque de referências sem paralelo na música brasileira. Some-se a isso uma irreverência nonsense e temos algo próximo dos propósitos surrealistas: a faísca resultante da fricção de duas realidades excludentes.

Com uma dinâmica gerada a partir do trabalho de dois compositores - Marcelo Birck/Frank Jorge -, pode-se dizer que a música da GX é um cabo de guerra travado com muita cumplicidade e bom-humor, no qual todos saem ganhando. E dessa junção de forças surgiu a música “Amigo Punk”, um dos maiores hits da música feita no Rio Grande do Sul e que transcende as fronteiras do estado, em especial junto aos círculos alternativos. Basta uma breve pesquisa na internet para constatar as várias versões disponíveis. A força de “Amigo Punk” é reforçada ainda pelo fato de que seu impacto se deu completamente à margem dos grandes veículos de comunicação. Ou seja, um hit à moda antiga, espontâneo e sem jabá.

A banda possui composições gravadas por outros artistas, como Pato Fu (“Eu” e “Nunca Diga”), Wander Wildner (“Amigo Punk”, “Empregada”) e Banda Repolho (“O Rock Não Tem Cura”).

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